Fogo na cidade do Samba

Foi controlado pouco antes das 11h desta segunda-feira (7) o incêndio que atingiu barracões na Cidade do Samba, na Zona Portuária do Rio. A informação é do relações públicas do Corpo de Bombeiros, tentente-coronel Alexandre Rocha. Segundo ele, as esquipes fazem agora o trabalho de rescaldo.

No local, há 14 barracões, sendo que os atingidos foram os da Portela, Grande Rio, União da Ilha do Governador e o cultural da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa).

Segundo o relações públicas, os barracões da Portela e da Grande Rio, onde houve desabamento da estrutura do prédio, permanecem interditados pela Defesa Civil, pois ainda há risco de novos desabamentos. Ao todo, 39 carros dos bombeiros de sete quartéis e 80 homens foram enviados ao local.

Ainda não há informações sobre feridos, mas a Secretaria municipal de Saúde confirmou que um homem de aproximadamente 30 anos deu entrada no Hospital Souza Aguiar, no Centro, depois de ter inalado grande quantidade de fumaça. Ele passa bem e está em observação.

Em visita ao local, o delegado da 4ª DP (Praça da República) disse que não acredita que o incêndio tenha sido criminoso, mas somente a perícia poderá avaliar melhor a questão.

'É uma perda sem tamanho', diz Liesa

O presidente da Liesa, Jorge Castanheira, disse que ainda não sabe como o fogo começou. Ele contou que no andar térreo dos barracões ficam as alegorias e que nos dois andares superiores são reservados para confecção de esculturas das alegorias e fantasias.

"Temos Brigada de Incêndio e estrutura, mas não sei o que pode ter acontecido. É uma perda sem tamanho", disse Castanheira.

Segundo o presidente da Liesa, o carnaval das escolas que tiveram os barracões atingidos pelo incêndio está orçado, em média, entre R$ 5 milhões e R$ 7 milhões, sem contar a verba que as escolas recebem dos patrocinadores.

Barracão mais atingido é o da Grande Rio
Os esforços dos bombeiros foram concentrados no barracão da Grande Rio, a escola mais atingida pelas chamas. A parte de cima da estrutura está comprometida e parte da parede lateral já caiu. Há risco de novos desabamentos. Grande parte da Cidade do Samba foi isolada para os trabalhos.

O diretor de carnaval da União da Ilha, Márcio André, explicou que 90% das alegorias já estavam prontas para o desfile deste ano.

'Nenhuma escola deveria cair', diz Paes
Em visita à Cidade do Samba, o prefeito Eduardo Paes sugeriu que o carnaval deste ano não desclassifique nenhuma agremiação do grupo especial. Os desfiles na Marquês de Sapucaí serão nos dias 6 e 7 de março.

“Prefeito não é mais julgador de carnaval nem define critérios de nada. Mas a minha opinião é de que, este ano, nenhuma escola deveria cair para o grupo de acesso. Essas três escolas não vão ter a mesma competitividade”, disse Paes, que visitou os barracões atingidos pelo fogo.

O G1 tentou contato com o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Castanheira, mas ele não foi localizado para comentar o assunto. A decisão sobre o que deve acontecer após o incêndio será da Liga.

Portelense, Paes lembra que já havia estado duas vezes nos barracões incendiados e que, a um mês da festa, já estava tudo pronto. “É muito triste. Mas o que marca o carnaval carioca é a paixão desse povo pelo carnaval. Os turistas podem ter certeza de que o carnaval do Rio não vai perder o brilho”, afirmou.

O prefeito vai se reunir ainda nesta segunda com os presidentes das escolas que tiveram os barracões atingidos.

Cidade do Samba fica na Zona Portuária do Rio (Foto: Arte G1)