Fobias

Postado por Anne Gattini

Uma cena deu o que falar na casa do Big Brother foi o ataque de pânico de Janaína ao ver Daniel vestido de palhaço. Mas, afinal, ter fobias como a dela é tão incomum assim?

Para Daniel, era só uma brincadeira, mas o que Janaína sentiu foi muito mais do que um simples medo.

No momento que a Janaina viu aquele palhaço, ela e começou passar mal. A psiquiatra Fátima Vasconcellos, da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) explica o que aconteceu fisiologicamente com ela: “Palpitação, sudorese, tremores e uma sensação de que alguma coisa completamente descontrolada e desesperadora estava acontecendo”.
A professora Raphaela Matias, do Recife, também não acha a menor graça em ver um palhaço. “Fico sem ar, fico tremendo, suando frio. Se ele perceber que eu estou com medo, ele vai querer muito falar comigo”, destaca. “É a mesma coisa que você pegar uma criança de 6 anos e colocar um monstro que acabou de sair do filme na frente dela. É um medo que não tem controle”.

“Me deixa frustrado. O sofrimento é do tamanho do circo, é complicado”, lamenta o palhaço Pão-de-ló.

Calma, palhaço. Não é nada pessoal e também não é um simples medo. É uma fobia. “Justamente essa que é a questão da fobia. Por uma coisa irracional, ela não consegue se acalmar, sabendo que aquilo não representa perigo”, explica a psiquiatra Fátima Vasconcellos.

Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria, 11% da população já tiveram, têm ou ainda vão ter uma fobia na vida. “Fobia é uma coisa mais frequente em mulheres. Duas vezes mais frequente em mulheres do que em homens”, calcula a psiquiatra.

Quem deu nome para esse medo todo foi um deus grego Phobos, o deus do medo. Os guerreiros usavam a imagem dele nos escudos para assustar os inimigos. Mas, dentro de casa, a jornalista Fernanda Con'Andra não tem como usar um escudo. As armas são outras. “A vida em casa é carregando um repelente. Tenho sempre um repelente, em líquido, em pastilha ou em serpentina na bolsa”, conta.

Fernanda sofre de entomofobia, o medo de insetos. “Eu já desmaiei quando um besouro embolou no meu cabelo. Comecei a me sacudir, me sacudir e desliguei. Tem gente que não entende o medo, acha que é bobeira, acha que é frescura e acha engraçado”, comenta.

“Não é para fazer pouco caso, porque a pessoa, de fato, está sofrendo muito”, ensina a psiquiatra Fátima Vasconcellos.

No caso de Daiane Botelho, antes de sair de casa, ela passa um tempo olhando pela janela. “Todo dia eu fico olhando o céu para ver se as nuvens vão formar, porque se formar eu não saio”, diz.

Ela tem fobia de chuvas fortes. “Quando começa a chover, eu já começo a pedir a Deus para poder parar. Eu desligo tudo, fecho as portas, janelas e vou para debaixo do edredom”, comenta.

Diane não está sozinha. A Madonna também fica apavorada quando escuta um trovão. E tem medos mais bizarros. O ator americano Billy Bob Thornton, que já foi casado com Angelina Jolie, tem medo de mobílias antigas. Até o mestre do terror, Alfred Hitchcock, diz a lenda, morria de medo de ovos.

Existem muitas fobias, mais de 100. Um verdadeiro dicionário de nomes bem estranhos. O medo de palhaços, por exemplo, se chama coulrofobia. Já quem não gosta de tomar banho tem ablutofobia. Medo de espelho: cataptrofobia. E tem até palavra para quem tem medo de ter medo: a fobofobia.

Se você sentir seu coração mais bater forte diante da palavra hipopotomonstrosesquipedaliofobia, cuidado. Ela significa pânico de pronunciar palavras grandes ou complicadas.

Com tantas fobias diferentes, quando esse medo pavor exagerado e irracional precisa de tratamento? “Quando uma pessoa deixa de sair de casa, quando isso impede uma convivência social. Fobia passa. Algumas que não passam com remédio, que são muito incapacitantes, a pessoa deve procurar tratamento”, recomenda a psiquiatra Fátima Vasconcellos.

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